“Quando morto estiver meu corpo
evitem os inúteis disfarces,
os disfarces com que os vivos,
só por piedade consigo,
procuram apagar no Morto
o grande castigo da Morte.
Não quero caixão de verniz
Nem os ramalhetes distintos,
Os superfinos candelabros
E as discretas decorações .
Eu quero a morte com mau gosto !
(...)
E descubram bem minha cara:
Que a vejam bem os amigos.
Que a não esqueçam os amigos
E ela lance nos seus espíritos
A incerteza, o pavor, o pasmo...
E a cada um leve bem nítida
A idéia da própria morte.
(...)
Meus amigos! tenham pena,
Senão do morto, ao menos
Dos dois sapatos do morto!
Dos seus incríveis, patéticos
Sapatos pretos de verniz.
Olhem bem estes sapatos
E olhai os vossos também.
(“O Defunto” )
“O teu corpo fabuloso que destruíste
destroçando, com a tua,
minha vida, que te pertencia,
- já fez muitos anos
que descansa em paz,
no carneiro 11.514
da quadra número 4
do Cemitério de S. João Batista.
Desde então tua alma indomável
Navega nos planos siderais
Arrebatada no carro de fogo
Do profeta Elias.
Mas todos os dias,
hora por hora,
no fundo da cova
de silêncio e treva
em que me lançaste,
clamo por ti.
Clamo pela radiosa, pela amada, pela rosa
Clamo por quem foi
a fartura do pobre,
a esperança do lázaro
e a ressurreição do morto.”
(“Nameless here for evermore”)
evitem os inúteis disfarces,
os disfarces com que os vivos,
só por piedade consigo,
procuram apagar no Morto
o grande castigo da Morte.
Não quero caixão de verniz
Nem os ramalhetes distintos,
Os superfinos candelabros
E as discretas decorações .
Eu quero a morte com mau gosto !
(...)
E descubram bem minha cara:
Que a vejam bem os amigos.
Que a não esqueçam os amigos
E ela lance nos seus espíritos
A incerteza, o pavor, o pasmo...
E a cada um leve bem nítida
A idéia da própria morte.
(...)
Meus amigos! tenham pena,
Senão do morto, ao menos
Dos dois sapatos do morto!
Dos seus incríveis, patéticos
Sapatos pretos de verniz.
Olhem bem estes sapatos
E olhai os vossos também.
(“O Defunto” )
“O teu corpo fabuloso que destruíste
destroçando, com a tua,
minha vida, que te pertencia,
- já fez muitos anos
que descansa em paz,
no carneiro 11.514
da quadra número 4
do Cemitério de S. João Batista.
Desde então tua alma indomável
Navega nos planos siderais
Arrebatada no carro de fogo
Do profeta Elias.
Mas todos os dias,
hora por hora,
no fundo da cova
de silêncio e treva
em que me lançaste,
clamo por ti.
Clamo pela radiosa, pela amada, pela rosa
Clamo por quem foi
a fartura do pobre,
a esperança do lázaro
e a ressurreição do morto.”
(“Nameless here for evermore”)
Um comentário:
Pedro Nava é demais!
Preciso ler mais.
Seu blog tá muito bom.
Abraço!
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