Lá estava ela, nua,
A provocar-me a casta,
A rasgar-me o sono,
A seguir-me despida
Do alto pendida
Com as faces roubadas
Consteladas
Por fulgor alheio.
Lá estava ela, nua,
A mimar-me os sonhos,
A afagar-me os ombros,
A ornar-me os passos
Por entre os becos frustrados,
Entorpecidos
No silêncio falso
De tua pousada.
Lá estava ela, nua,
A escravizar-me os olhos,
A sussurrar-me o belo,
A poetizar-me a língua
Traduzindo cânticos
D'alma conspirada,
Consagrada
Complacente e nua.
Lá estava ela, a lua.
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